sábado, 11 de fevereiro de 2012

Uma vida dedicada ao caminho religioso



Com raízes profundas, galhos fortes e uma sombra refrescante, o jequitibá  é uma das árvores mais fortes e bonitas que existem. E por essas características foi escolhida para representar as Bodas de 100 anos. As peculiaridades que marcam a vida da Irmã Maria Juliana fazem com que a comparação com o jequitibá se torne inevitável e marque o seu centenário como palavras que ela tem como ordem: o amor, a fraternidade e a doação.
Com um belo sorriso no rosto e a tranquilidade no jeito de falar, Irmã Juliana recebeu nossa equipe de reportagem como quem recebe velhos amigos para um chá da tarde. A lucidez e a boa memória chamam a atenção durante o diálogo. Ela conta que veio do Ceará com apenas cinco anos de idade. Foi morar em Sena Madureira junto com os pais e os cinco irmãos. Em 1921, com a chegada das irmãs Servas de Maria Reparadoras, a Sena Madureira, Juliana começou a fazer catecismo e a frequentar o Instituto Santa Juliana. Estudava no período da manhã, e à tarde gostava de ficar na companhia das religiosas, com quem aprendeu artesanato e bordados e logo começou a dar aulas de prendas. “Me lembro bem que adiantava o relógio e dizia para minha mãe que já estava na hora de ir pro Instituto. Gostava muito de estar com as irmãs e trabalhar”, relata.
Aos 19 anos entrou para a vida religiosa, mas uma doença nas pernas fez com que voltasse para família por nove anos. Ainda assim, durante esse período Juliana frequentava o Colégio para dar aulas de prendas. O Colégio Santa Juliana, no princípio de suas atividades, servia de internato para meninas órfãs da cidade e dos seringais. Além do ensino religioso, as crianças aprendiam lições de bordado, costura, plantio de hortaliças e outras atividades profissionalizantes.
Centenário será comemorado com missa.
As Irmãs Servas de Maria Reparadoras convidam com alegria toda a comunidade para a celebração da Missa de Ação de Graças pelos 100 anos da Irmã Maria Juliana, que será celebrada pelo Arcebispo de Porto Velho, Dom Moacyr Grechi, no dia 13 de fevereiro, às 19 horas, na capela do Instituto Imaculada Conceição. “Participe conosco deste momento especial de agradecimento ao Senhor pelo dom da vida de Irmã Juliana. Pela sua presença fraterna, lúcida e sabia entre nós ao longo destes anos”, diz o convite.
Ao longo de décadas de experiência e de uma simplicidade inigualável, Irmã  Juliana deixa como mensagem aos jovens o segredo para se chegar aos 100 anos com a mesma vivacidade que ela apresenta: paciência. “Precisamos ter paciência. A oração é muito importante. Tudo chega ao seu tempo, mas temos que ter coragem para trabalhar e enfrentar a vida. A vida religiosa vale a pena quando vivida no amor, na fidelidade e na obediência. A falta de vocação me entristece muito e me deixa preocupada, mas, como disse Madre Elisa, se esta congregação é de Deus, florirá.”

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